Fonte:www.nestlé.com.br |
Ontem paguei exatamente
R$8,20 por um pedaço de 120g de torta alemã de uma confeitaria delícia no
Sudoeste. Caro? Não... não paga o prazer que senti em degustá-la. Voltaria
todos os dias para comer. Baseado nisso, escrevi um texto interessante para quem
é amante do “BBB” (Bom, bonito e barato). Não me odeiem, mas também não reclame
do leite derramado quando o bolo tão sonhado chegar quebrado ou os beijinhos
azedos...
E aí que a mãe que passou o ano
inteiro planejando a festa tão sonhada do filhote, ou a noiva que economizou
dois anos para investir na decoração do casamento, acabam deixando os comes e
bebes para última hora e ainda pechincham um bom preço para fechar a tempo.
Não que seja errado garimpar por
preços mais baixos e produtos de qualidade. Mas no ramo da confeitaria tem
surgido cada vez mais supostos “profissionais” oferecendo produtos “BBB” – bom,
bonito(??) e barato – para barganhar clientes e no fim da história, a decepção:
produto azedo, não tinha nada ver com a foto e pior: foi servido aos
convidados.
Ou você acha que as 100 pessoas
que foram à sua festa estavam lá para admirar os $$$ de reais gastos na
decoração do salão? No vestido? No terno importado da Itália do noivo? Tudo
bem, 30% fazem isso, são os familiares e pais dos noivos ou tios do
aniversariante. Só que 70% (o restante e os penetras que foram para comer e
beber de graça), vão se queixar, e muito, se o que foi servido estiver ruim. E
mais: não vão nem se quer lembrar da cor das flores do arranjo que enfeitavam
as mesas, mas deixarão claro sobre o doce derretido na mesa principal ou do
bolo seco sem recheio e, obviamente, terminarão a noite no fast food mais
próximo.
A produção de um doce
artesanal leva tempo e planejamento. Atrás do valor cobrado, que para muitos é
um absurdo, existe um profissional gabaritado e que dedica seu tempo na
elaboração de projeto dos doces e bolos, em cursos de aperfeiçoamento, compra
de materiais de boa qualidade e paixão pelo que faz. Não é só “estar gostoso”,
é realizar sonhos utilizando o açúcar e chocolate como arte. É mostrar beleza e
agradar aos olhos antes de comer. E só quem entende isso são pessoas que sabem
apreciar um bom produto e que possuem paladar apurado e bom gosto. Não existe
um barato bom e bonito para quem é amante da confeitaria artística.
Assim como o artesão demora horas
para criar sua peça e o pintor seu quadro, somos nós, confeiteiras artísticas,
designers de doces com nossas criações únicas e personalizadas.
Existe público para todas. Mas
ter sua festa marcada por um desastre culinário é o fim! E atenção doceiras!
Não deixem colocar preços em seus produtos! É caro porque é bom! Quer mais “em
conta”? Compra na padaria da esquina ou daquela amiga da prima quebra galho,
que cobra R$20,00 no kg do bolo com pasta americana. (É óbvio que paga para
trabalhar).
Não se sintam ofendidos com meu
texto, pois é a mais pura realidade. Hoje nós temos culinaristas
conceituadíssimos no mercado cobrando caro pelo seu trabalho. E a agenda?
Lotada até fim do ano, muito bem e obrigada. Eles podem, pois um dia começaram
do zero, estudaram, venceram e hoje suas obras de arte são admiradas por
pessoas de bom gosto e pagantes, claro! Ou será que Chef Gordon Hamsay é famoso
pelos lindos olhos azuis?
Ah sim! Não adianta nada você encomendar
aquelas coisinhas que chamaram de doce fino e dizer que são da Fulana, a melhor
doceira da cidade, tá? Que feio!
Economize para investir
na comida e bebida que serão servidos. Não se prenda aos buffets oferecidos
pelas casas de festas pois você não é obrigado a pagar pelo serviço. Isso se chama
venda casada e é proibido pela Lei do Consumidor. Gaste um pouco mais do seu
tempo, e dinheiro também, em comida, doces, bolo, vinho e BONS de verdade. Ou
pense duas vezes antes de me convidar para sua festa... haha!
Beijos agridoces.
Barbara Bittencourt
(Designer de doces e bolos artísticos, proprietária da empresa Pedacinho Agridoce)
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